quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A mulher do viajante do tempo: um amor atemporal



Antes de mais nada: sim, é um bestseller. Confesso que a leitura sugerida por uma amiga foi adiada durante dias, em que o livro emprestado ficou ignorado. Até que um “por que não?” desprendido de preconceito me apresentou um livro emocionante.  “A mulher do viajante do tempo” (2003), livro de estreia da americana Audrey Niffenegger, conta a história de um casal atípico. Henry viaja no tempo. Clare aprendeu, desde criança, a lidar com a ausência e a presença dele.

Henry não tem controle sobre as viagens que faz. Se teletransporta para o passado e para o futuro sempre que algo perturba seus ânimos. Foi assim que apareceu pela primeira vez a Clare; ela com seis anos, ele com trinta e seis: “É difícil ficar para trás. Espero Henry, sem saber dele, me perguntando se está bem. É difícil ser quem fica”, revela Clare, dando início ao livro. Nessas idas e vindas, Henry a viu crescer, se tornar mulher; permanecendo mesmo depois de ter partido: “Odeio estar onde ela não está, quando não está. No entanto, vivo partindo, e ela não pode vir atrás”, compartilha Henry.

Audrey Niffenegger conduz um diálogo entre os sentimentos e impressões de Henry e Clare, narrando a história através de duas vozes. Não há somente desordem cronológica neste livro. As páginas apresentam muito, muito amor; seja na incessante e angustiante busca de Clare por ter um filho; nas visitas de Henry ao passado para ver a mãe que morreu; na procura pela cura de Henry; ou quando Henry perde a única coisa que o acalma e o impede de viajar descontroladamente: a capacidade de correr.

Do início ao fim, “A mulher do viajante do tempo” mostra que o tempo não existe, é uma convenção; e através dele um amor pode sim durar para sempre, vencendo o passado, o presente e o futuro.  


p.s: Leia o livro antes de assistir ao filme. Ouça a canção Travelin' On, de Norah Jones (abaixo).




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