Hoje recebi o apreço da
Dor dos meus pés cansados
Ironia do céu azulado pela partida
Sem rastros e passos largos.
Lá fora, anunciada despedida
Mantém a sensação de inverno
Afrontando a esperança desmedida
Num vazio que, sei, será eterno.
Ah, se o contorno da tua lembrança
Trouxesse muda a certeza indecisa
Daquela conhecida como criança
Guiada pela dança imprecisa.
Das horas que não terei
Faz-se esquecer o rosto
Que no espelho não mais verei
Daquele do lado oposto.
Dizem: um dia será outrora
Na horta sem mais espera
O amanhã será eterna aurora
Em que os traços virão vazios de cólera.
Então, deu por mim estranha conduta
Do presente firme num adeus
Perdendo-se numa angústia injusta
Do que sinto dos olhos teus.
Saudade.
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