terça-feira, 25 de novembro de 2014

À chuva



Sou grata à chuva
Capaz de inundar
A terra seca e erma
De vida e querer.

Acaricia narizes
Olhos, bocas
E corações.

Um afago alento
Que no rosto
Vem macio, cuidadoso
Como fazemos com
Recém nascidos.

Embora com pés
Cansados nessa
Rotina que ensina
Suga e desanima
E queima no sol
Impiedoso.

Vimos na chuva
Despretensiosa,
Valiosa lição
Cuja gratidão de tê-la.

Nos olhos, bocas
E corações.

Inunda as mentes
Vazias de comoção
Do que não é supérfluo
E de tão valioso,
Nada cobra, apenas
Gratidão.


ps: Numa terça-feira chuvosa de novembro.

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