segunda-feira, 21 de abril de 2008

↕ Encontro Póstumo


Sentado, de braços cruzados sobre a mesa do canto, ele a espera. Exceto o primeiro, todos os seus encontros foram em mesas de cantos. Essa coisa meio clandestina, que faz parecer que o mundo se resume aos cantos escuros de bares, sempre a fascinou. Como ela gosta desse ambiente. Ar carregado, cheiro de vinho, jazz no fundo. No pequeno palco uma negra está cantando “Easy to Love”. Ela tem mania de fechar os olhos e se imaginar em algum bar qualquer ouvindo a Billie Holiday escarrar mágoas no seu colo, e o faz agora, porém a vê de olhos bem abertos.
Ao se deparar com aquela situação ela simplesmente fica sem ação. Perder a fala, perder a sensibilidade das mãos, ela sempre teve repulsa essa sensação de impotência. E agora a sente e se assusta. Está parada imóvel na porta do bar olhando para ele. É incrível como ainda possui a mesma mania de cruzar os braços, em que se iguala a um bicho acuado. E o reflexo da suave luz do palco está refletindo na lente do óculos torto dele. Mesmo longe ela repara isso, e recorda o reflexo de anos atrás.
A manhã é agradável, típica de fim de verão. Ela está atrasada, sempre se atrasa. Ao longe escuta alguém cantando embalado por uma gaita de boca. Ela segue a música e o avista. No meio da praça ele canta para 5 pessoas e 8 pombos. Uma mesa com uma toalha vermelha com alguns discos em cima, divide espaço com o cantor desconhecido. Uma placa com letras tortas diz: Cds de graça! Ela pára, pega um CD e o mira. Sem saber ao certo porque os olhos dele param de fitar o chão e encontram os dela.
Livros nas mãos, roupas ripongas, unhas mal feitas da cor da toalha em cima da mesa, cabelo estranho. Assim é ela no apogeu dos 18 anos. Nunca gostou de ser olhada. Nunca gostou de ser analisada. E enquanto seus dedos deslizam nas cordas do violão, ele a analisa. Sensação de nudez como se a sua alma estivesse visível. Ela vira as costas e vai embora sobre passos largos, até sumir do alcance daqueles olhos insanos que lhe desconcertaram.
Dias depois, ela está sentada num banco qualquer lendo "Lolita", quando sente a presença de alguém ocupando o espaço ao seu lado, até então vazio. Nunca gostou de conversar com estranhos, por isso prefere seus livros. Finge ler para mostrar indiferença, mas sem saber o porquê a maldita sensação de impotência sentou do seu lado no mesmo instante que o estranho. Arrisca olhá-lo. Jaqueta jeans, violão no colo. Foi a primeira vez que se viu refletida naquelas lentes tortas.
Enquanto os quatro estão ali – Ela, Ele, o livro e o violão – o relógio anda no sentido anti-horário e o tempo cessa. O estranho passou a ser alguém tão próximo, e segundos bastaram para que a sintonia mutua saísse de seus poros. Sempre acreditou em vidas passadas, déjà vus, e não há palavras cabíveis para narrar o que aconteceu com eles naquele instante.
No dia em que se conheceram ela sonhava em ser uma jornalista de renome e ele que sua música fosse compreendida. Os anos passaram e o trem não parou na estação que deveria. E ela tampouco desceu quando teve a vontade súbita de parar, mas seus sonhos se concretizaram, de uma maneira aparentemente torta como o óculos do amigo, mas sempre gostou de abismos e de andar no meio dos trilhos, então devido a companhia optou pelo inferno. O céu deixou para os finais de semana.
Já teve vontade de transar com o amigo, mas nunca se quer se beijaram. Deve ser pelo fato dela nunca ter aprendido a lidar com relacionamentos, por isso também não casou. Serei breve ao me referir ao seu trauma causado por um relacionamento: Certa vez resolveu tentar amar e conseguiu. Teve um noivo que morreu, e três meses depois da morte do amado ela descobriu que o mesmo a traia com a sua melhor amiga, o que de certo modo foi bom, pois nunca mais chorou pelo sacana. E como foi satisfatória a sensação de ver seus dedos marcados no rosto da safada. Porém, depois desse episódio seus lábios secaram e ela não conseguiu acreditar em mais ninguém.
A atração por ela era mais que evidente. Afinal, não se sentir atraído por aqueles olhos insinuantes era quase impossível. Mas nunca se atreveu a beijá-la. Também nunca se casou, mas sempre devorou mulheres. Muitas, muitas e muitas. Sua inspiração sempre teve cabelos longos e negros, mas ela era a sua exceção. Porém ele desceu na estação mais próxima antes mesmo das coisas entrarem nos trilhos, por isso deixou de viver muita coisa. Sua música foi ouvida, mas não se sabe se alguém a compreendeu.
Desde o dia em que sentou do seu lado sem pedir licença, ele se tornou seu alicerce de todas as horas. Riram e choraram juntos incontáveis vezes, mas os últimos sete anos em que não se viram foram realmente difíceis. Tantas foram as vezes que ela o viu e o sentiu, mas ela precisava o ver materializado, sentir seu cheiro e se deparar com aqueles lábios voluptuosos envolvidos pelo seu sorriso singelo escancarado, porém bonito, e se ver refletida novamente naquelas lentes.
O flash-back acaba e ela toma coragem para entrar de vez no bar. De todos os encontros regados a música e vinho que tiveram, este com certeza foi o mais esperado.
Ela empina a bunda, estufa o peito, e acreditem, mesmo com o passar dos anos ela continua linda e loira! Sem as roupas ripongas, aprendeu a pintar as unhas e por sorte estava impecável no momento em que foi para o encontro. Repara que olhares alheios lhe caem nos ombros conforme ela conduz seus passos em direção a mesa do canto.
Essa é a sua vez de não pedir licença, e sem falar nada, ela puxa a cadeira e senta. Instantes depois ele arrisca olhá-la:

Por que demorou?

Sempre fui covarde, suicídio anteciparia as coisas, você bem sabe que não é do meu feitio.

Nem do meu, mas passou a ser naquele instante. Você espera demais pelas coisas!

Haha! Foi tranqüilo, sabe que doeu menos que perder a virgindade?

Cínica. Vamos numerar as coisas: 1) você ainda é virgem!!! 2) as coisas nunca são do jeito que esperamos 3) a vida sempre nos surpreende.

Não, eu diria a morte!

Para mim não, ela não me surpreendeu, eu requisitei sua presença no momento que achei mais oportuno. Sempre tive o controle das situações.

Puta sacanagem a sua!

Não mesmo babe! Lhe deixei várias músicas e um romance, não seja mal criada.

Ah sim, obrigada!

Pensei que você não viesse. A garrafa está quase vazia.

É, demorei porque tive que decidir aonde queria ficar.

E por que optou por aqui? O clima? Hahaha, você nunca gostou do verão, por favor!

Não meu caro, “prefiro o inferno pela companhia”, lembra-se?

Já que é assim. Mas façamos um trato.

Qual?

Nada de cigarros!

Está bem! Mas agora encha meu copo, tenho muito pra lhe contar e depois ainda quero procurar a Janis.

domingo, 13 de abril de 2008

↕ Venha ser o meu pôr-do-sol.

Teve uma época em que saía sem rumo, chutando as pedras que encontrava pela rua, com a mesma intensidade que gostaria de poder fazer com tudo o que lhe afligia e inquietava. Quando encontrava o tal rumo, até então ausente, ía para o mesmo lugar e lá ficava por horas.
E ele estava lá. Sentado meio que desajeitado, pois há tempos havia deixado de caber em balanços como quando seus pés ainda não tocavam o chão. Mas apesar de tudo, não perdeu essa tola mania.
Fazia aquilo sem sentido algum, justamente porque o sentido das coisas já havia se esvaído. Engraçado justo agora haver um motivo.
O frio sempre lhe acompanhou, mas ultimamente os últimos raios de sol lhe aquecem, pois enquanto se despedem, trazem consigo ela.
Estranho saber que existe alguém com essa mesma mania de ficar ali, somente no embalo sutil do vento, deixando o tempo passar enquanto o sol se põe.
Antes sem sentido, agora o faz somente para contemplá-la. Espera ansioso que ela venha, e quando isso não acontece é tomado por uma sensação de perda. Não que tenha algo a perder, mas a sente como nunca sentiu alguém.
Como ele lamenta não tê-la conhecido antes. Caso tivesse a encontrado em um parque qualquer há um tempo atrás, não hesitaria, diria o quanto ela é linda. E quem sabe até agradeceria ao Deus que desconhece, pela tal sorte. Talvez ela tivesse sido capaz de lhe mostrar o caminho que nunca conseguiu encontrar sozinho. Ela o faria encontrar o sentido.
Ela nunca conseguiu sentar naquele balanço azul. Não porque não goste da cor, mas sempre teve a impressão de que alguém se embala nele. Não sabe explicar o porquê, apenas sente.
Todas as vezes que precisa de um tempo só seu, ela vai para lá. Nunca teve algo ou alguém só seu, mas quando está lá tem a sensação de que possui algo, não sabe bem ao certo o que é, provavelmente seja o próprio tempo que tanto procura. Mas a sensação é boa, acalenta e acalma sua agitada alma.
Gosta daquele lugar. Lembra de quando era criança e no embalo forte de alguém que a guiava, fechava os olhos enquanto estava no ar, abria os braços e fingia que podia voar. Agora se contenta com o singelo ninar que não a transforma em nenhum pássaro, mas a faz refletir.
Enquanto o vento insiste em lhe fazer dançar, ela se pergunta se de fato não haja alguém naquele balanço, que a olha e gargalha. Se intitula louca, mas continua a indagação.
Sempre desejou poder tocar o vento que lhe toca e acaricia. E uma única vez poder embalá-lo como ele a faz. E lhe dar o sossego e a paz que ele lhe traz.
As vezes ela se pega rezando:

Hey Deus, como eu faço pra você me ouvir?
Quem é você que por mais que eu reze e te chame, não consigo te ver?
Posso não o ver, mas o sinto. Posso não vê-lo partindo, mas o sinto cada vez mais distante, toda vez que volto pra casa.

Quando a noite chega, ela vai embora.
E o balanço continua se embalando sozinho, sem cessar.
E ele ainda está lá naquela quietude, esperando que o próximo pôr-do-sol a traga, mais uma vez.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

↕ Fez-se o brinde!

“E ao que iremos brindar? A nossa juventude! A vida! E que a gente lembre disso daqui uns anos, e possamos estar juntas! Juntas, para sempre!”


É a viciosa e excitante mania de almejar – com todas as forças que as pernas capengas possam agüentar e a voz trêmula consiga soltar – o tal para sempre.
As pessoas cometem a proeza de fazer com que a magia das coisas se esvaiam feito água – vinho seria melhor, mas é muito desperdício, então deixamos assim – quando impõem o para sempre sobre as coisas. Mulheres principalmente o fazem.
A essência não é o tempo com que as breves histórias duram, e sim a intensidade com que acontecem. E o porquê delas. O porquê das breves histórias é digno de uma breve citação. As voltas que a vida dá, feito uma saia rodada que se exibe nos salões do clichê. As surpresas que ela leva e trás. Esses porquês nos acompanharão para sempre! E encontrar as tais respostas desses porquês é o ápice do morro cujo é possível enxergar a cidade iluminada. E elas estão ali.
Mas o para sempre brindado por elas não é o manjado constantemente por aí. E a garrafa é lançada, mas não quebra. Dentro dela, como se fosse uma daquelas cartas lançadas ao mar, estão sendo lançados morro a baixo todos os seus mau anseios. Mas não quebram.
Quem nos matará? Quem nos afagará? Quem nos beijará? Quem nos deixará?
Que seja eterno enquanto dure? Não, que dure eternamente, diz a voz da insanidade.
Três corações pulsando no mesmo compasso. Dançando no mesmo passo. Nesse instante, Beatles viram The Who.
E que o para sempre dure o tempo necessário para que possamos ouvir a música que alguém um dia fará em nossa homenagem.
Essa é a essência do para sempre desejado por elas naquela noite: Ser lembrado quando uma música toca, e com ela poder sentir o toque ou o cheiro de alguém ausente.
Que haja alguém no mundo destinado a ser nosso nosso no sentido: cada uma com o seu, e de preferência que não seja o mesmo, por favor! E não precisa ser para sempre. Basta ser intenso ao ponto de ser lembrado para sempre!
Que nos ame. Que nos mate. Que nos afague. Que nos beije. E quando o para sempre chegar ao fim, que nos deixe.

É, vá embora para longe, mas que tenha a decência de um gentleman e deixe de recordação uma garrafa de um bom vinho, de preferência de uma safra boa.
Se vão os amores, ficam os textos e os porres!
Que os amores nos deixem o que brindar, e que essas três garrafas permaneçam sem serem quebradas, juntas para sempre.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

↕ Amor ou Café?

“Não sei se é o melhor, mas enfim.” E foi assim o sutil adeus que Maria deu ao seu Flautista. Maria e seu Flautista? Leia : “Maria e seu Flautista” leia de novo se preciso, e repare como essa frase é cômica, mas enfim. Equivoco meu dizer que ele era seu, mas enfim. O meu “mas enfim” repetido até agora quatro vezes com esta última, é para enfatizar o fim dessa breve história – e aviso de imediato, para evitar alguma frustração evitável, que você o verá diversas vezes no decorrer desse texto. O fato é que algo aconteceu entre eles naquela noite em que se cruzaram ao som de uma banda qualquer. E percebi que o estado era crítico quando certa manhã Maria sussurrou em meu ouvindo: “um anjo apareceu na minha vida, e tocava flauta”. Achei aquilo demasiadamente ridículo, da mesma forma que sempre achei ridículo o estado em que as pessoas se permitem ficar quando estão apaixonadas, ou seja lá a denominação que isso tenha pra você, que perde tempo, seu valioso e irrecuperável tempo, lendo isso. Então saia da frente do computador meu caro, e vá ler um livro, ouvir uma boa música, e se estiver chovendo experimente um bom banho de chuva e sinta o contato da terra com os seus dedos dos pés. E não tenha medo se em pleno estado de êxtase você se deparar com a cara feia da sua vizinha fofoqueira de olhos arregalados te olhando por trás do muro, e provavelmente pensando: esse mundo tá perdido! Permita-se a certas sensações, e depois me conte como foi. Enfim, eu poderia citar o meu top 5, porém não creio que seja interessante, mas enfim – dias atrás disseram-me que uma mulher deve ter seu top 5 de livros, músicas e filmes. Deve ter seu top 5 para tudo, e levar a tal lista no bolso, ou em qualquer compartimento, pois o top 5 é mais importante que peito ou bunda empinada. Eu não sei se contesto, acho que não! Os peitos e a bunda caem, o bom gosto pra livros, música e filmes só é aprimorado com o tempo, e é com uma pessoa assim que você deve perder seu tempo, sentado na varanda de uma linda fazendola, no embalo de uma cadeira de balanço enquanto assiste de camarote seus netos sujos de tanto brincar. De olhos fechados consigo ver a cena. Oh, que tocante!! “Não existe nada perfeito, e se existir algo o destruirá”. Frase dele. Depois de tantos flívolos "adeus" – e já foram tantas as vezes que Maria hesitou e não quis seguir adiante – ela constatou, com a minha ajuda, que não há nada que um bom café preto sem açúcar não seja capaz de curar. Se bem que passar a madrugada acordada pensando o que não deveria, ou em quem não deveria, não é a maneira mais sensata de curar o incurável, mas enfim. Café em demasia pode causar problemas cardíacos. Mas mesmo assim Maria beberá café, muito café, pois de alguma forma precisa sentir seu coração pulsar, e melhor que seja com café. Provavelmente morrerá de problemas cardíacos, mas melhor que seja por ter consumido muito café, do que por ter se deixado apaixonar. E por pensar assim ela disse adeus para o seu Flautista, e em seguida bebeu uma xícara de café. E me disse a pouco que continua sem saber se foi o melhor, mas enfim. Eu lhe pergunto: – é, pergunto para você que continua lendo isso e não desistiu, falta pouco, já que chegou até aqui sem pegar no sono agüente mais algumas linhas – quem sabe o que é o melhor? Todos procuram pelo melhor, mas o reconhecem quando o encontram, ou simplesmente dizem adeus? Maria não sabe, nem eu. Então vou parar por aqui e vou fazer um café. Chamarei Maria para tomá-lo comigo. Mas deixo para você minha última pergunta antes que eu de fato lhe diga adeus: Amor ou café, qual a melhor causa de morte cardíaca para enfeitar seu óbito? Essa eu respondo: Eu prefiro café! Não sei se é o melhor, mas enfim.

↕ Hoje é Noite de Maria!


De olhos fechados consegue ouvir a música que vem de uma concertina a alguns quarteirões. De repente se vê na rua, sendo guiada pelo som das flautas e violas que embalam aquela fria e triste madrugada, que se não fosse por ela, e pelas exageradas gargalhadas das raparigas e dos jovens boêmios, estaria sozinha.
Como Maria estava linda. Trajava o vestido vermelho cor de boca que ganhou no natal passado, e que só agora que seus seios ganharam volume e tomaram o formato do busto frente-única do vestido, é que a peça lhe cai bem, pois antes era necessário pregar um alfinete no decote, pois não havia nada para preencher o espaço vazio.
Ali está ela, tem a impressão que um cachorro a segue – é incrível como ela tem a façanha de atrair cachorros, mas essa é outra história, pra outro dia, pra outra Maria.
Um vento frio lhe bate no rosto desalinhando o cabelo escorrido, e ela ainda está ali, agora a alguns passos a diante mas continua no meio da rua que parece não ter fim, embalada por aquela mesma música, quando ouve vindo da direção oposta uma canção diferente.
Sentado de frente para o rio que corre em seus pés, ele canta para a lua. Está ali, de costas para ela. Cabelo cacheado, bagunçado, terno e chapéu. Ela pára, como se a música que até agora a guiava, tivesse cessado. Ele não a vê, e continua cantando “I wish, I wish you were here...”
E ela deseja com todas as forças ser, por um breve segundo, a lua que ele tanto mira.
Ela não vê o seu rosto, mas, sem saber como, sente a sua boca na dela, quando a música cessa e ela abre os olhos.
Maria acorda. Está deitada em sua cama, no mesmo quarto abafado dos fundos, sem vestido algum, e de música não há nenhum vestígio. O que lhe restou foram apenas os gritos dos mesmos rapazes e moças de antes, que continuam a gargalhar, e que dividem o eco com o latido de um cachorro ao longe.
Fecha os olhos depressa pra tentar fazer com que ele volte, junto com a sua música. É em vão.
Mas, embora não o veja, ela o ouve. Quando fecha os olhos ela o ouve sussurrar em seu ouvido: I wish you were here, incontáveis vezes.