De olhos fechados consegue ouvir a música que vem de uma concertina a alguns quarteirões. De repente se vê na rua, sendo guiada pelo som das flautas e violas que embalam aquela fria e triste madrugada, que se não fosse por ela, e pelas exageradas gargalhadas das raparigas e dos jovens boêmios, estaria sozinha.
Como Maria estava linda. Trajava o vestido vermelho cor de boca que ganhou no natal passado, e que só agora que seus seios ganharam volume e tomaram o formato do busto frente-única do vestido, é que a peça lhe cai bem, pois antes era necessário pregar um alfinete no decote, pois não havia nada para preencher o espaço vazio.
Ali está ela, tem a impressão que um cachorro a segue – é incrível como ela tem a façanha de atrair cachorros, mas essa é outra história, pra outro dia, pra outra Maria.
Um vento frio lhe bate no rosto desalinhando o cabelo escorrido, e ela ainda está ali, agora a alguns passos a diante mas continua no meio da rua que parece não ter fim, embalada por aquela mesma música, quando ouve vindo da direção oposta uma canção diferente.
Sentado de frente para o rio que corre em seus pés, ele canta para a lua. Está ali, de costas para ela. Cabelo cacheado, bagunçado, terno e chapéu. Ela pára, como se a música que até agora a guiava, tivesse cessado. Ele não a vê, e continua cantando “I wish, I wish you were here...”
E ela deseja com todas as forças ser, por um breve segundo, a lua que ele tanto mira.
Ela não vê o seu rosto, mas, sem saber como, sente a sua boca na dela, quando a música cessa e ela abre os olhos.
Maria acorda. Está deitada em sua cama, no mesmo quarto abafado dos fundos, sem vestido algum, e de música não há nenhum vestígio. O que lhe restou foram apenas os gritos dos mesmos rapazes e moças de antes, que continuam a gargalhar, e que dividem o eco com o latido de um cachorro ao longe.
Fecha os olhos depressa pra tentar fazer com que ele volte, junto com a sua música. É em vão.
Mas, embora não o veja, ela o ouve. Quando fecha os olhos ela o ouve sussurrar em seu ouvido: I wish you were here, incontáveis vezes.
Como Maria estava linda. Trajava o vestido vermelho cor de boca que ganhou no natal passado, e que só agora que seus seios ganharam volume e tomaram o formato do busto frente-única do vestido, é que a peça lhe cai bem, pois antes era necessário pregar um alfinete no decote, pois não havia nada para preencher o espaço vazio.
Ali está ela, tem a impressão que um cachorro a segue – é incrível como ela tem a façanha de atrair cachorros, mas essa é outra história, pra outro dia, pra outra Maria.
Um vento frio lhe bate no rosto desalinhando o cabelo escorrido, e ela ainda está ali, agora a alguns passos a diante mas continua no meio da rua que parece não ter fim, embalada por aquela mesma música, quando ouve vindo da direção oposta uma canção diferente.
Sentado de frente para o rio que corre em seus pés, ele canta para a lua. Está ali, de costas para ela. Cabelo cacheado, bagunçado, terno e chapéu. Ela pára, como se a música que até agora a guiava, tivesse cessado. Ele não a vê, e continua cantando “I wish, I wish you were here...”
E ela deseja com todas as forças ser, por um breve segundo, a lua que ele tanto mira.
Ela não vê o seu rosto, mas, sem saber como, sente a sua boca na dela, quando a música cessa e ela abre os olhos.
Maria acorda. Está deitada em sua cama, no mesmo quarto abafado dos fundos, sem vestido algum, e de música não há nenhum vestígio. O que lhe restou foram apenas os gritos dos mesmos rapazes e moças de antes, que continuam a gargalhar, e que dividem o eco com o latido de um cachorro ao longe.
Fecha os olhos depressa pra tentar fazer com que ele volte, junto com a sua música. É em vão.
Mas, embora não o veja, ela o ouve. Quando fecha os olhos ela o ouve sussurrar em seu ouvido: I wish you were here, incontáveis vezes.
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