terça-feira, 15 de março de 2011

Quiçá

Às vezes ele passa rápido pela cidade. Me abraça forte, fala do meu perfume, pergunta como estou. Silencia – deixa que eu acaricie seu rosto, o beije macio nos lábios. Depois segue lacônico pela estrada, sempre com as mãos vazias, sem bagagem.

Quiçá pudesse levar consigo minha saudade.

Quiçá a estrada travessa o trouxesse todos os dias para mim.

2 comentários:

diogo s. disse...

De volta, para os afins da vida, ele pega a estrada. Sua verdadeira vida; cores, luzes e sons; deixada para trás, guardada com ela.

De estrada a travessa ele transforma quando segue para ela; Na travessa ele chega do outro lado, não querendo mais, nunca mais, voltar.

As vezes, quando se volta uma travessa, é como se fosse dar dez voltas ao mundo.

Nely L. disse...

amores não vividos são sempre um quiçá...