“Y se llevó la primavera al cielo”.
Pablo Neruda
Há alguns anos passei a almejar, sem buscar, um verso simples e verdadeiro que resumisse o poder de renovação do amor. Dentro do meu vazio estava o conhecimento da existência deste poder, mas meus lábios haviam provado somente ensaios do seu gosto adocicado. Depois de alguns sóis, só, primeiramente descobri a estação do amor: a primavera. É, se o amor tivesse uma estação seria a primavera, pois nela tudo o que parece ter morrido outrora, nasce novamente, forte, intenso. E, principalmente, o que nunca brotou desperta pela primeira vez. Até a fé é capaz de renascer pelo amor. Quanto ao verso simples trajado de verdade? Este vem macio, ao som de uma gaita de boca, e pode ser lido nos meus olhos; na luz do sol que pinta com um sorriso cada amanhecer. E o sol, este sempre vem sagaz, e como o amor queima, inquieta e abrasa; mesmo que este tenha acabado de nascer e seus raios ainda sejam tímidos.
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