terça-feira, 18 de agosto de 2009

Por que brasileiro faz folk mas não faz pop?

Sou apaixonada por MPB. Aqui no Brasil tivemos bons intérpretes e bons compositores, principalmente em meados dos anos 60, como pôde ser visto a partir dos Festivais de Música Popular Brasileira. Mas nada como um bom compositor que também é um bom musico; o conjunto da obra. Foi justamente por isso que em 1967, o terceiro festival passou a permitir que os próprios compositores interpretassem as suas músicas – antes disso, os interpretes não podiam cantar composições próprias. Mas esse “conjunto” tão cobiçado de profissional do ramo da música – esse que toca, compõe e canta – surgiu no Brasil antes dos festivais, pois eles começaram a despontar lá em meados dos anos 50, com a efervescência da Bossa Nova. Mas não vamos entrar numa discussão mais apurada sobre – outro dia sim, hoje não.


Hoje no Brasil tem gente interpretando e compondo MPB ainda (belissimamente, diga-se de passagem), enquanto o samba aparece com pouca representatividade e clama os tempos do Cartola. E tem até gente tentando fazer folk. Rock e afins tem às pencas. Em contra partida, aqui não existem artistas pops ( tem os que acreditam ser, revelados em programas de televisão, e que aprendem a produzir torturas auditivas, mas esses não contam). Tirando raras exceções (como, por exemplo, o Lulu Santos, que se não fosse brasileiro talvez tivesse sido celebridade mundial do gênero), por que é que brasileiro não sabe fazer música REALMENTE pop? Não sei.


Ai ouço Paulinho Moska, e fico na duvida se ele é pop ou MPB. Meu inconsciente diz: ele é foda, então pode ser as duas coisas. E ele é isso: o casamento do pop com a MPB. Lindo.

Acho que pra quem nunca o ouviu antes (e não pensem que ele é guri, pois já tem lá seus 40 anos), deve começar pelo álbum + Novo de Novo (2007). Baixe a parte I aqui ó, e a parte II aqui ó. Depois corra atrás da discografia dele, porque vale a pena.


Repetindo: mas esse “conjunto” tão cobiçado de profissional do ramo da música – esse que toca, compõe e canta – é de certo modo “raro”. Principalmente depois dos mestres da década de 50 e 60. Dessa “nova geração”, iniciada ali na metade da década de 80, até meados da 90, só me encantei realmente (numa seleção masculina) por Renato Russo, Zeca Baleiro e Paulinho Moska. Agora a trupe ganha mais um integrante, Fernando Anitelli e seu rosto de palhaço.


Opa, tem assunto ai pra um mês inteiro, me calei.

3 comentários:

Vani disse...

Gosto do teu blog porque ele me deixa sabida :D

Unknown disse...

Pois é, sobre o Pop eu concordo. Quanto ao rock nacional (o da grande mídia) devo dizer que hoje se faz um "pseudorock" fraco, sem peso, com letras fraquíssimas. "isso é uma loucura!! tchup tchupruru" canta o cachorro líder, lamentável.

bom texto cachinhos

bjos

giancarlo rufatto disse...

defina pop, depois defina folk, depois defina mpb, depois escreva. folk é rotula da moda. legião urbana sempre foi folk antes de que os brasileiros soubessem que isso existia. Folk é musica com historinha,folklore. musica pop como vc coloca é musica para entreter, pano de fundo para outras coisas mais importantes e nesse ponto, o país é rei.