Eu passo na rua, e dou de cara com uma menina, talvez mais nova do que eu na época dessa foto, sentada no chão pedindo esmola. Uma menininha linda, diga-se de passagem. Muito breve foram os segundos que a mirei, mas foi o tempo sufiente para ela, com toda sua inocência, olhar para mim, com seus expressivos olhos negros de amendoas, e soltar um doce e singelo: oi! Talvez haja algo em mim que transmita confiança necessaria para tal acontecimento. Um simples oi. Quem sabe, ela acredita em Papai Noel. É natural, pais acreditam que está no "seu papel" iludir os filhos com fantasias idiotas. E então ela não perde a esperança, e acredita. Afinal, acreditar não custa nada, não é? E então ela acredita no tal velhinho, o mesmo que não lhe trará presentes, o mesmo que a deixa ali, no chão. Um simples oi, que não me sai da cabeça. Enquanto eu continuar vendo coisas assim - o que ainda irá acontecer diversas e diversas vezes - desculpem, mas não conseguirei dizer "Feliz Natal", sem sentir um forte e incontrolável asco que me embrulhe o estômago. Talvez a Jozieli de 13 anos atrás fosse capaz de tal proeza. Eu, não.
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